segunda-feira, outubro 5

Contributo Científico V – Os resultados

Avancemos assim, apresentando os resultados.


Há que olhar aos números: Desculpem-me aqueles que se têm manifestado contra esta ideia de vos “matematizar”, mas terá de ser por aí, caso contrário vamos entrar no plano da introspecção e comecei por vos dizer que esse não seria o método escolhido.


Os meus amigos têm, em média, 109 amigos. Posso também perceber que a Moda, ou seja, o valor que mais se repete é “37” e que corresponde a uma frequência de 3. Traduzindo: 3 amigos têm 37 amigos. Como estarão já alguns a pensar, a variabilidade é imensa. “Número de amigos”é uma variável que varia “á séria” e nos “avaria” o juízo como podem constatar.
Sendo então enorme a dispersão desta variável posso juntar as pessoas e não deixar os meus amigos, assim sozinhos, cada um com o seu “número de amigos”, encontrando agrupamentos ou seja 4 categorias ou quartis:
(1 quartil) aqueles que têm entre 0 e 35 amigos;
(2 quartil) aqueles que têm entre 36 e 75 amigos;
(3 quartil) aqueles que têm entre 75 e 152 amigos e
(4 quartil) os que têm mais do que 152 amigos.


Posso também verificar que o meu amigo com menos amigos tem 7 amigos e na verdade são dois e não um. O meu amigo que tem mais amigos, tem 590 amigos e é uma “ELA” e vive do outro lado do mundo (mais não me permite a confidencialidade).


De outra maneira posso dizer que o grupo de amigos do “Colégio” tem em média 123 amigos, os amigos do “Liceu Filipa”, 176 amigos, os do grupo “Profissionais”, 94 amigos, os “Ex-alunos”, 119 amigos, os amigos de “Família”, 108 amigos e os amigos, “Amigos”, 74. São portanto os meus amigos do Liceu Filipa aqueles que constituem o grupo com maior número de amigos à sua roda pertencendo ao 4º quartil ou seja ao percentil acima de 75. Não me espanta o facto, pois sei que tenho nesse grupo verdadeiros embaixadores das relações, capazes de agregar um conjunto bem considerável de almas à sua volta. Não sei se deva deixar aqui esta informação, mas a maioria destes amigos são do sexo masculino e não tendo verificado este dado, atrevo-me a dizer que ganham aos outros grupos tendo um maior número de amigos do sexo feminino…


Adiante: existem - em relação a esta variável em estudo -  um conjunto de  dados chamados “outliers”, aqueles que não encaixam estatisticamente na distribuição. Estes são, na maioria das vezes, dados a expurgar, pois de tão diferentes, tornam as distribuições pouco fiáveis. Mas aqui não quero expurga-los. São tão importantes quanto os outros e dizem-me que dos meus 96 amigos, tenho 6 que têm tantos amigos que ficam, no gráfico do SPSS (o programa de estatística utilizado) lá em cima e são assinalados com um *, qual estrelinhas no céu a brilhar e a dizerem que felizmente, um desses amigos sou EU.


Posso também perceber que ao longo da vida as mulheres vão sendo mais representativas Verifico que é no meu grupo de “Amigos” e “Amigos do Liceu Filipa” que estão a maioria dos representantes do sexo masculino. Profissionalmente a maioria são mulheres, tal como no grupo “Amigos do Colégio”, dado que não espantará ninguém que saiba que vivi a minha vida até aos 15 anos no Sagrado Coração de Maria, colégio então quase exclusivamente para meninas.


Por fim e não querendo massacrar-vos mais com este infindável disparate, verifiquei que não existe qualquer correlação entre as variáveis “idade” e “número de amigos” ou “sexo” e “número de amigos”. Quer-me parecer que ter mais ou menos amigos não depende nem de ser homem/mulher, nem velho/novo. Dependerá, enfim, das tais “parasitas” que não controlei, por serem incontroláveis.


Olho e re(olho). Pesquiso de novo entre os números, tentando novos agrupamentos, novas associações, novas relações. Não, não me parece quererem falar mais comigo…  e, no entanto, lá estão. Iguais a si próprios – 590; 427; 413; 362; 295  - só para citar o que estão no topo da lista , são agora isso mesmo. Esta é a fase de deixar ficar… respirar, voltar ao inicio, ao texto, às palavras, às questões. É também a fase crítica da pesquisa científica. Aquela em que deverá contar a experiência, o saber e a sabedoria do investigador. A parte mais dura em que é preciso envolvimento, reflexão, e porque não, sentimento.

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