segunda-feira, outubro 5

Contributo Científico II – O método.

Pegando no tema de ontem.


Pergunta de partida: o que significa ter 104 amigos?
Fui ver (a neve caía, branca e leve, branca e fria….) Não. Brinco, claro. Fui ver os outros. Os outros são os meus 104 amigos. Destes eliminei 8 pois não são verdadeiramente amigos (não chamaria amigos a “Campo Pequeno” ou “Quinta Monte dos Vendavais”). 104 – 8 = 96. Ok. É com estes 96 que conto.


Com alguma paciência, fui, de página em página - seguindo a minha memória porque não sei como coloca-los por ordem alfabética – e parei em cada um, registando metodicamente o seu número de amigos, a sua idade e sexo. Montei uma pequena base de dados com estas modestas variáveis e assumindo desde logo que não ia expurgar os “amigos” do género “campo pequeno” de cada um (logo assumo aqui de imediato uma fragilidade, que sendo um erro sistemático, não tem tanta importância), registei os ditos números.


Engraçado! Codifiquei os meus amigos! Como em qualquer investigação que se preze o “participante” (ainda por cima não tratei de consentimento informados, bolas…) é anónimo no grupo de estudo. De repente, já não sei quem é quem… São apenas números, com mais números em frente… Meu Deus que faço agora com estes números? O que quero mesmo saber?


Perdeu-se a individualidade. Os sorrisos, o ar sério, distraído… os pedaços de rosto ou outras quaisquer imagens que me dizem que eles estão ali. Perdi, cada um deles, transformado em números e dilui-os, misturei-os, decantei-os… enfim…”matematizei-os”. Viraram, num repente, estatística!
Razão e emoção jogam forte nesta coisa da ciência! Vamos lá. Números sejam, por ora…


Olhemos então: Uma sequência de números relativos à idade, outra ao sexo e outra ainda ao número de amigos de cada um. De decisão fácil em termos estatísticos… Médias, Modas, Desvio Padrão… Quartis. Enfim, tendências centrais, dispersões, agrupamentos. Tal como na vida, portanto.
Saí o “Output”, que em linguagem universal é o produto do meu pedido de análise estatística aos meus amigos. Mais números. Estes agora, os tais, já decantados, já impessoais, mas representativos.


Agora é tempo de olhar os números sem esquecer a minha pergunta, que, qual estrela polar, deverá guiar-me sempre para não me perder no mundo da matemática. Agora é tempo de pensar, descobrir, desmontar estes números e dar-lhe alma.


Veremos.

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