A vida fica sempre para além do real.
E garantidamente é na linha que reune os nossos olhares que vamos encontrar o que nos preenche.
Nesta cumplicidade sem consciência em que o movimento e os corpos se moldam no mesmo desejo de entender e procurar.
Não há como estar e sentir. E assim seguir em frente, lado a lado, mesmo quando assim não é.
E dizer-te pela presença do estar que há caminhos que se cruzam e não descruzam mais, que há linhas que se enlaçam e que prendem o teu olhar no meu.
E poder estar perto e sentir o teu calor e dar-te a mão, tocando o teu receio, a tua inquietação com a presença do mundo.
Deixa que esta cumplicidade se solte, deixa que o teu receio se desvaneça e as linhas que procuramos se suportem.
E assim que os trilhos permaneçam.