sábado, dezembro 25

Natal 2010

O Natal de hoje é um primeiro Natal. Um Natal que tranquilamente nos suporta a alma, nos embala a vida e estreita um pouco mais os laços. Especialmente porque a tua presença esteve em cada canto, em cada sorriso, em cada luminosidade. Lá estiveste e sempre estarás, pai. Feliz Natal.

John Lennon Happy Xmas (War is Over)

quarta-feira, dezembro 15

domingo, dezembro 12

Paz

Há dias de Paz.
Desenrolam-se sem pressa e permitem descobrir que o tempo afinal existe.
Deixam-nos respirar e mover o corpo devagar.
Dias em que temos o tempo na palma da mão, com tempo para o descobrir.
Dias que passam, mas ficam nos sentidos mais que na mente.
Dias que nos deixam assim a respirar tranquilamente e a ouvir o tempo passar.

quarta-feira, dezembro 1

domingo, outubro 3

terça-feira, setembro 14

12 anos no dia 14

Doze Anos.
Lindos.
Parabéns Princesa.

domingo, setembro 12

12 de Setembro

São 5 meses, hoje.
Não há dia em que não te fale. Não há dia em que não tente escutar o que preciso que me digas.
Cedo, na serenidade da casa. Tarde, no derreter do dia. E sempre, na inquietação da vida.
Não há dia que não queira recordar-te, mas quase sempre me ficam as palavras guardadas. Quase sempre me fica o gesto preso e o olhar incerto. Quase sempre fico sem me mexer por dentro, como que a guardar o medo de sentir esta dor da tua ausência.
São 5 meses. Novos em folha, nesta vida que tudo tem de primeira vez, porque tu não estás por aqui. E são 5 meses de muitas conversas, muitas descobertas de ti e desejos que ficam agora guardados no segredo.

quarta-feira, agosto 18

Hoje






















Dia típico.


Carregado de céu baixo.



Envolto na bruma que aquece a terra e trava o vento.



Dia de deixar o tempo empurrar a vida



E olhar em volta demoradamente



E de seguir as pisadas do pensamento, só porque sim.



Dia de encontrar o detalhe dos momentos de entrar no Verão.


Assim... devagar|








domingo, julho 25

Caleidoscópio de saudades.

Na minha mão um caleidoscópio.
Nele mergulho o meu tempo parado, o meu espaço apertado bem junto do coração.
E bem lá no fundo se desenha o momento de me rever.
Saudades... palavra montada de peças brilhantes e irrequietas que giram e se transformam de novo em saudades.
De mil formas, de mil cheiros e de mil sons.
Saudades que fazem cócegas, nos inquietam, nos deixam a fugir para trás. Saudades que se procuram fechar no tempo com a presença de sorrisos, de risos e abraços apertados.
Mais à esquerda, saudades doces e serenas, feitas de pedaços de algodão e momentos de te dar a mão e o colo. Saudades em contagem decrescente para te rever e me deixar ficar no encosto do cheirinho a mar.
E na reviravolta, as saudades de espaço, de tempo, de areia e beira mar. Saudades do tempo que se aproxima, como uma revisão do tempo que já foi. Saudades aos pulos, na expectativa de poder apenas estar.
Respiro. E na volta das peças brilhantes que mudam o mundo... saudades. Agora fortes, marcadas. Saudades sem espaço, saudades sem ar. Saudades que se transformam em ausência e deixam a angústia apertar o coração. Saudades imensas que me fazem sentir pequena. E no fundo do caleidoscópio, agora, apenas essa palavra que queima e encurrala a serenidade. Saudades de ti.

domingo, junho 13

13 de Junho 1993 - 13 de Junho 2010



A Catarina faz hoje 17 anos. A Maria tem 11. Um dia fiz este filme para as duas e hoje acho que fica aqui bem. Para "espantar-espíritos"... e deixar crescer.

sábado, junho 12

quinta-feira, junho 10

Lisboa Lilás

Deve ser da idade mas nunca o florir dos Jacarandás me marcou como este ano.


Maio é  lilás em Lisboa. Lisboa fica lilás em Maio.
O olhar percorre a avenida que se preenche de cor.
Entre o verde que espreita o lilás ou no lilás se vislumbra o verde.
E na mistura se faz a magia.
Lilás em forma de céu.
Lilás em jeito de chuva.
Cor trazida pelo vento.
Caminho transformado em sonho.
E ao fundo o rio, qual espelho de Lisboa mágica
E eu, descendo a avenida a pensar que as fadas existem
nesta cidade linda!










quarta-feira, maio 12

Manhã

Em 12 de Abril do ano de 2010 a vida revirou-se. Diria mesmo “re-vidou-se”. Numa manhã igual a mil outras o anúncio caiu-me no colo e deixou-me perdida. “O pai, minha querida. O pai morreu.” Sem mais. As palavras mais assustadoras e incríveis (mesmo de não querer crer nelas…) que me foram ditas até hoje. Já estivera antes perto desse medo fundo que é o de perder alguém que nos é querido. Mas nesse dia as palavras não tinham esperança e não tinha motivo para ir em frente e lutar. E então, restou-me ficar ali. Sem reacção. A princípio a perguntar-me mil vezes se tinha ouvido bem, a perguntar porquê e como. A gritar bem fundo a pergunta que de nada serve: “porquê?”. Depois, faltou-me o ar, pensei em correr e em fugir. E senti-me fugir de mim mesma, pois não havia para onde ir. E o ar a rarear e a garganta a fechar-se num nó cego. E a pergunta injusta: “porquê?”
Há momentos em que nos perdemos do mundo. Claramente. E a sensação de perda é tão intensa e tão evidente que só do fundo de algo -  que me pareceu ser a consciência, a razão evidente da necessidade – veio a reacção fria e cortante. “Respira, precisas de respirar…” Por favor deixa-me respirar,. Não chores, não digas mais, não repitas e não me acarinhes. Deixa-me só respirar.”

E depois, depois de conseguir que o ar me deixe viva, a queda. Como que um peso invisível nos ombros e a necessidade imperiosa de me sentar no chão e chorar. Não, não foi tristeza, foi um sentimento sem nome que me deixou mais que vazia. Um sentir assim de impossibilidade que me deixou perto da terra e da segurança de que não iria voar…

E o tempo a passar nos momentos de ir despertando. Num torpor de reagir porque sim. Nas mãos de segurar os outros. Na certeza de que assim me seguraria. E as palavras que têm de ser ditas vezes sem conta. E as respostas, sempre iguais e incrédulas como a minha própria incredulidade. E o olhar em volta à procura de espaço para existir. À procura de ser útil para me sentir viva. E o nó a apertar e eu a atirá-lo para longe de mim…

12 de Abril - 12 de Maio

O Ouvidor do Kimbo

segunda-feira, maio 10

Riscos no céu

Por detrás da nuvem e do cinzento do céu, há azul.
E no meu olhar há traços que aí se desenham.
Linhas e riscos brancos que se cruzam e dançam
no balançar do ritmo apertado do coração e da saudade.
Devagar... no moldar do rosto que guardo dentro,
da presença que me segura.
riscos que se esfumam para rapidamente se tornarem espaço azul
e de novo se desenharem em novas formas que tento nomear.
Aos poucos sei que os riscos no céu, são a minha lembrança,
são os momentos que quero eternos.
Fugaz arquitectura e efémera construção,
o céu assim azul riscado de branco traz-me um pouco de ti.

quarta-feira, maio 5

Caminho.

Custa caminhar sem ouvir a tua voz. 
Custa deixar a pergunta no ar e escutar fundo a tua sabedoria
Custa olhar o espaço sem forma presente e sentir a brisa do tempo a empurrar-me.
Custa não encontrar o ninho onde pousar a minha cabeça e tentar respirar fundo a tua presença. 
De alguma forma nos perdemos quando perdemos alguém.
E depois, caminhamos incertos, na dúvida de uma lembrança eterna ou de um desejo imenso.
Há umas noites acordei de mão dada com o espaço entre mim e o lençol. Na minha mão guardei, todo o dia, a sensação do teu carinho, da tua presença.
E se a serenidade dessa crença me envolve e de me devolve à vida, custa muito não ouvir a tua voz.  



sábado, abril 24

Mil e dez... 1010!

Não reparei nas 1000. Talvez estivesse longe ou distraída. Mas hoje olhei e dei conta das mil e dez.
Muito mais bonito este número. 1010. De novo as capícuas. 
O B R I G A D A. 

Blogue do dia

Utilizando a ideia do meu amigo João Marchante no seu blog "Eternas Saudades do Futuro":
O Ouvidor do Kimbo

quinta-feira, abril 15

terça-feira, abril 13

Pai Nosso. Meu pai.

O nosso pai gostava de escrever.
Em minha casa temos o hábito de lidar com os momentos difíceis, jogando.
Porque a escrita se faz de palavras, porque este é um momento difícil e porque jogar ajuda a gerir a dor, hoje jogo com palavras.
Deixei uma com o meu pai há algumas horas. Para que a leve e com ela escreva para sempre.
Com ele ficou a palavra MÃO. A mão com que nos acarinhou, nos segurou e empurrou na vida. A mão com que nos guardará sempre. As mãos com que o seguraremos, eternamente, junto ao coração.

A todos que o conheceram e se houver palavras que queiram entregar-lhe, façam-no e a sua escrita enriquecerá. Bem hajam por me terem segurado neste momento. 

domingo, abril 11

Momento Guardado



Se a vida me embalasse sempre, 


se o céu estivesse ao alcance fácil do olhar

se no cruzamento dos fios pudesse espreitar o caminho

e saber, sem dúvida onde pôr os pés.

Se, quando me escondo renascesse,
se o silêncio e a sombra me segredassem a certeza
e a luz serena de Abril me levasse na brisa morna da tarde.

Se o efeito da penumbra não enganasse a vista e o meu olhar
se aqui fosse o momento de me encontrar...

Se a vida congelasse neste preciso momento de tranquilidade

sábado, março 20

757

Outra capicua. 
Saliento, não tanto por acontecerem mas porque reparei nela. 
O importante é reparar nas pequenas coisas em redor.

domingo, março 14

Treeball ou como realizar os teus sonhos.




1. Ter um sonho. Sem o possuir não poderás realiza-lo. Onde encontra-lo? Bom, há que fechar os olhos, respirar fundo e deixar que aquele aperto dentro de ti, se solte, ganhe corpo, contornos,volume, música, ritmo, cheiro. E guarda-lo no colo, aconchegado, acarinhado, acreditado.

2. Olhar à volta. Observar em silêncio, procurar espaço, perceber o que pode suportar o sonho, onde se pode expandir, crescer, materializar. Mas olhar tem de permitir ver - dentro e fora de ti - e ver é também sentir e entender limites. São os limites que te permitirão devagarinho ver sair o sonho cá para fora e conte-lo para que não se esfume.

3. Querer. Dar um nó entre o desejo e a possibilidade observada. Um nó especial que tenha a força do momento mas que se possa transformar e permitir que outros laços se juntem. E dado o nó, que é o mesmo que querer, podemos ir em frente.

4. Viver o momento. Na intensidade de perceber que o que de dentro saiu, fora se materializa. E sorrir, aproveitar cada instante, inspirar energia e guardar as imagens. Depois fechar de novo os olhos e pensar que acima de tudo há que ter sonhos.

Moral da história: à falta de uma tabela de basquetebol e em função de umas mãos que passam as tardes a driblar uma bola de basket, a Maria descobriu que pode realizar os sonhos de menina.

segunda-feira, março 8

717



717
Uma capicua
Com 2 setes a proteger o 1
717 pacientes vistas e passagens neste pequeno espaço de espantar-espíritos.
Obrigada pela vossa presença.
Até sempre.

domingo, fevereiro 21

Laços

Face com face.
Mão na mão.

- “Boa noite, princesa”.
- “Mãe, canta para mim”.

Espanto-me. Dos seus onze anos e das mil conversas recheadas de risotas e rapazes, ainda quer que cante para dormir?
Olho-a. Aperta-me a mão, como que a reforçar o pedido. E tem razão. A noite faz-se dos medos das coisas que o dia não deixou claras. E o dia de hoje deixou razões para voltar a ter medo.
Então, aninho-me ao seu lado, porque o dia não deixou só medo na alma dela. E escolho, lá no fundo das memórias uma canção.
E canto.




- “Boa noite princesa”

Já não responde.

segunda-feira, fevereiro 1

Almas Gémeas – Almas Espelho

Alma-Gémea: acho que toda a vida tenho andado à procura de uma. Não sei bem se verdadeiramente gémea ou se mais uma Alma-Espelho, ou seja, uma alma que reflecte a outra que nos habita mas que não se mostra.
As Almas-Gémeas nasceram juntas, partilham origens e património de informação genética e desenvolvem-se de forma semelhante, condicionadas, de certo modo, pela força da sua origem comum.
As Alma-Espelho, nasceram de outras origens  e longe crescem também. Mas no dia em que se cruzam com a nossa, reflectem-na, límpida, nítida, assim, tal qual. E no reflexo descobrimo-nos. O gesto que se completa, a palavra que se adivinha, o olhar que se reconhece. Ali, naquele momento, seja essa alma desconhecida ou antiga na nossa história. O reconhecimento da sua existência é um conforto imenso, como que uma certeza de que nós próprios existimos.
A proximidade de uma Alma-Espelho não se explica e não se pesquisa. Ainda que a procuremos, apenas acontece. E o mais maravilhoso é que acontece com alguém desconhecido, mas também com aqueles que lá estiveram desde sempre.
Acho que recentemente descobri a minha – ou uma das minhas – Almas-Espelho. No olhar, no abraço e na presença de alguém que me deu a mão em pequena, comigo partilhou o espaço da escola e os sonhos da infância. A descoberta foi inequívoca. Um reconhecimento imediato. A certeza de que me conhece por dentro, me percebe e me sabe de cor. A serena mas inquietante certeza de que não se lembra apenas de mim, mas me descobre o pensamento, me antecipa sentimentos e me devolve a mim mesma.
E no ser Alma-Espelho nada lhe retiro de único e individual. Tudo lhe atribuo de poder contentor, de capacidade de devolução e talvez  de entrega, daquilo que ela própria é também.
Sereno e inquietante este sentir de descoberta. 

sexta-feira, janeiro 29

Caminhos

O caminho segue. 
O sol levanta o dia. 
A vida retoma.
Na passagem, olho. 
Procuro-te, eu sei. 
Na recordação de ontem, de uma vida.
Na interrogação do momento e na doçura do abraço.
Olho e espero o teu olhar. 
Um dia, a vida cruza-nos.

terça-feira, janeiro 26

Hoje

A vida deixa espaços vazios que um dia, assim, do nada, se preenchem.
Nessas alturas descobrimos que vivemos tão depressa que fomos semeando buracos no nosso caminho. Não foi a vida que os criou… 

domingo, janeiro 17

Como nos encontramos?

Fazemos silêncio, sentamo-nos no chão, cruzamos os braços e recolhemos a alma?
Deixamos voar o pensamento, soltamos os sonhos e vamos atrás do desejo?
Pomos um papel branco na mesa, pegamos na caneta e começamos a fazer uma lista?
Deitamo-nos de barriga para cima e de braços debaixo da nuca e deixamos passar as memórias ?
Sentamo-nos ao calor do fogo real ou eléctrico e conversamos com um amigo ?
Escrevemos, assim, para o espaço onde todos e ninguém nos lê ?
Revemos atitudes, pensamentos, criações, relações ?
Passeamos na praia ou num jardim e deixamos apenas que o vento sopre, a chuva caía ou o sol tente brilhar?


Como nos encontramos, quando nos sentimos perdidos?

terça-feira, janeiro 12

A propósito de coisas inevitáveis

Inverno:
Cada coisa a seu tempo. Sim, claro. Inverno é frio, chuva e vento. Inverno é interior, corrida para aquecer e sair à rua, nuvens a sair de nós, vidraças embaciadas. Inverno é procurar o sol, é aguardar, são as mãos quentes na chávena de chá.
Sim, claro, tudo no tempo certo.
Mas para mim, Inverno é saudade, tempo de guardar o calor que resta do Verão, ver crescer devagar a luz ao final do dia.
E dias há, destes bem invernosos, em que me pergunto porque não podemos trocar as voltas ao tempo e ter, no tempo incerto, um pouco de Verão. 

domingo, janeiro 10

Pensamento do dia (2)

Qual estrela caída do céu. Pois, com tanta chuva… ninguém se aguenta no firmamento. Foi-se o calor, a reserva de sol e luz. Quem dera ter caído no teu colo…

pensamento do dia

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