quinta-feira, junho 7
domingo, abril 8
Equinócio da Primavera
20 Março, hoje, 5h14.
Dia e noite iguais
Entrada na Primavera
Saída do Inverno
Diz-se...
Mas...
Como vai embora quem não chegou?
Como chega alguém que não partiu?
Como se transita, se muda, num espaço de mistura?
Como se espera o que já veio?
Como nos despedimos do que não tivémos?
E...
Como se gere a inquietação de não sentir a mudança
tão habitualmente esperada e gradualmente visivel?
Como deixamos ir o que não fomos sentindo
ou aquilo que não foi efectivo ou intenso o suficiente para querer dizer adeus?
Pois...
Chegou a Primavera... diz o calendário.
Vai-se o Inverno, diz que sim.
Mas aquilo que acredito é que o Inverno e a Primavera estão apaixonados...
ela foi chegando só para estar perto dele
e agora ele vai ficando para não sentir saudades dela...
E vamos, nós, comuns mortais, ter os dois perto, misturados, brincando com as transições seculares que regulam a nossa vida!
A paixão tem destas coisas...
quinta-feira, fevereiro 2
Ana & a palavra Sabedoria
Sabedoria – palavra que vem do Latim SAPERE, “saber, sentir o gosto de”
A Sabedoria é a nossa maior construção pessoal. Há dias em que não duvido.
Sabedoria….
Doce sabor de saber que a vida se faz dos momentos.
Terno sentir por nos construirmos nas mãos do tempo.
Sabor feito e refeito nos espaços que ficam entre pensamentos e acções.
Sentir percebido na distância que une os passos no caminho de cada um.
Sabedoria é magia.
Que se saboreia só por existir.
Que se sente quando se constrói.
Mágico é conseguir a sabedoria.
Sabedoria é saber que o desequilíbrio é apenas um momento de inicio,
Que a dor abre espaço para a serenidade,
Que a saudade se preenche,
Que as recordações são o chão do futuro.
Sabedoria é a possibilidade de sentir o gosto, o cheiro, a luminosidade, o toque.
Onde quer que esteja a sensibilidade da nossa existência.
Sabedoria é constatação, paz, tranquilidade.
É um momento, fugaz que se esfuma na direcção de outro e deixa no ar essa incerteza.
Serei um dia sábio?
Ana & Darwin
terça-feira, janeiro 24
Ana & Picolino
A vida fica sempre para além do real.
E garantidamente é na linha que reune os nossos olhares que vamos encontrar o que nos preenche.
Nesta cumplicidade sem consciência em que o movimento e os corpos se moldam no mesmo desejo de entender e procurar.
Não há como estar e sentir. E assim seguir em frente, lado a lado, mesmo quando assim não é.
E dizer-te pela presença do estar que há caminhos que se cruzam e não descruzam mais, que há linhas que se enlaçam e que prendem o teu olhar no meu.
E poder estar perto e sentir o teu calor e dar-te a mão, tocando o teu receio, a tua inquietação com a presença do mundo.
Deixa que esta cumplicidade se solte, deixa que o teu receio se desvaneça e as linhas que procuramos se suportem.
E assim que os trilhos permaneçam.