segunda-feira, outubro 5

Contributo Científico III – A Amostra

Antes de mais apresentemos a “amostra”. Disse já que não é aleatória. Os 96 que aqui estão - e retirados os amigos colectivos já referidos – são aqueles que aos poucos fui procurando ou aceitando convites. Existiram critérios para os incluir, sendo o mais importante de todos a AMIZADE, ainda que esta tenha diferentes contornos. Qualitativamente o N total (96) organiza-se em sub-grupos: 


(1)     - Os amigos de infância, do Colégio Sagrado Coração de Maria (n=15), que não vejo há décadas, mas que marcaram como mais ninguém a minha vida. Reencontrá-los, ainda que num espaço virtual girou a minha vida num eixo de emoções.
(2)     – Os amigos da adolescência, quer ainda do Colégio, quer do Liceu Filipa de Lencastre, (n=9). São aqueles com quem partilho presentemente as voltas que a nossa vida deu, as memórias eternas dos dias em que tínhamos 16 anos. Alguns (a maioria) não vejo há 25 anos mas deram-me a hipótese de sonhar que o tempo não passou e tendo estado com alguns, de sentir que a vida se pode puxar, qual fio invisível e sorrir como se não nos víssemos desde ontem.
(3)     – Os amigos da vida presente, divididos entre a Faculdade e de outras Instituições com quem colaboro profissionalmente (n=12+7+15+6=40). São aqueles com quem partilho o dia a dia, as crises de ser crescido e também aqueles que vou vendo crescer com enorme prazer.
(4)     – Os amigos que foram meus alunos na Faculdade (os Ex-alunos n=19). Um grupo especial de onde saem aos poucos alguns nomes para outras categorias e que me permitem perceber que Ser Professor se transforma numa outra qualquer figura… será que no Facebook deles figuro na categoria Ex-professores?
(5)     – O grupo de amigos que são família (n=4) ou família que também é amiga… enfim eu disse que o conceito de amizade tem contornos múltiplos.
(6)     – O grupo dos Amigos (n=14). Os intemporais, sem espaço específico, que atravessam a minha vida, a minha alma e estão lá sempre…

Sim, ao fazer as contas o total das categorias é superior ao N da amostra. Alguns amigos não se encaixam numa única categoria… Espero que sejam cada vez mais!


Poderia falar-vos desta “amostra” de mil formas. Os amigos que me fazem sempre sorrir, aqueles que me preocupam, aqueles que me suportam os desalentos, aqueles que me aturam as “birras”, aqueles quero muito rever, aqueles que não precisam de estar no meu dia a dia, aqueles que me surpreendem… enfim, todos numa só categoria; aqueles de quem gosto. Mas para isso não tenho números, não tenho gavetas. Tenho espaços no coração que se misturam em cada momento da vida. Por isso vos falo de números, palpáveis (com a palma da mão), manipuláveis (com a ponta dos dedos), ordenáveis (com a razão) e comunicáveis (com o concreto que representam).


Por aí seguiremos que a ciência se faz de dados. Dos 96 amigos elegíveis, 74 são do sexo feminino (cerca de 80%) e 21 do sexo masculino (perto de 20%, portanto). Embora em minoria, tenho a dizer que estes 20% são muito especiais no universo do masculino e como tal valem muito mais que isso. Reproduz-se o mundo real, de certa forma. E deixamos o Raul descansado…


Idade média dos meus amigos = 38,9 anos, sendo que a maioria (17) tem 42 anos. Como eu. Cientista avisado não pode olhar apenas a tendência central, mas olhar à dispersão percebendo os contornos da tendência. Assim digo-vos que o meu amigo mais novo tem 16 anos e o mais velho 60. Aliás a dispersão, o desvio, mostra que os meus amigos apresentam uma grande variabilidade nas idades (um desvio padrão de 9,5). Pois. Olhar apenas o mais frequente deixa-nos sem a visão do todo. E o meu TODO tem pessoas com diferentes experiências na vida e diferentes tempos para as viver. Assim, tenho quem me puxe e a quem empurre, que me trave e a quem travar.


Não tenho mais dados concretos e colectáveis. Nem preciso. Sei o que são os 96 e o que é cada um individualmente. Num todo, são assim. Assim fica descrita a “minha amostra”, qual amostra de vida. Fica assim descrita a “minha amostra”, qual amostra de vida. 

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